Na despedida de Sevilla, a chuva

E voltou a chover no nosso último dia. Era domingo, um dia que deveria por lei ser sempre de sol. Mas não era. Estava chuvoso, com aquela garoa irritante e o céu encoberto. Bom, que fazer? Aproveitar mesmo assim.

E fomos conhecer o Centro de Andaluz de Arte Contemporânea, que funciona em um antigo convento dos monges cartuxos, que era (ou é? não sei se ainda existem) uma ordem solitária e contemplativa. Conta a história que mesmo antes de o espaço ser um monastério, era um lugar de fabricação de cerâmica, e que um dia encontraram uma imagem da virgem em uma das covas e resolveram construir uma igreja, que depois se transformou em monastério, regido pelos Franciscanos. É interessante como essa história de se encontrar uma imagem sempre se repete.

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Em final dos anos 90 do século XX o espaço é transformado em Museu de Arte Contemporânea e recebe exposições de todo mundo.

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Bom, não sou a melhor pessoa para apreciar arte contemporânea. As instalações não me dizem nada, ao contrário, me fazem rir do ridículo que muitos deles me parecem. Então, me vi apreciando apenas a estrutura do prédio e o que resta da antiga decoração interior do convento.

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Depois saímos para visitar a feira de artesanato (onde comprei uma bolsa lindona! hehehehehe). A cidade, mesmo na chuva e de ser domingo, estava cheia de gente andando pelo comércio das ruas. E, de repente nos deparamos com uma estrutura absolutamente moderna e contrastante com o que existia ao redor: o Metropol Parasol, mas conhecido com As Setas. É uma construção belíssima, de onde se tem uma vista da cidade. Não subimos, fica prá próxima.

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E assim nos despedimos de Sevilla, esperando voltar para um pouco mais de tempo. Hoje pegamos um ônibus para Madrid, onde pernoitamos e amanhã voltamos pra casa.

Sevilla, primeiras impressões

Amo a chuva. Amo o cheiro de terra molhada, amo o barulho da chuva caindo, amo olhar para fora e ver o mundo cinzento. Mas não há coisa pior para um viajante. Todas as imagens que fazemos das cidades inclui dias lindos de sol, mesmo (e principalmente, para mim) que faça frio. O céu azul, as nuvens claras, a luz do fim da tarde, tudo isso é o que se espera de fotos de viagem. Nada mais desestimulante do que sair para bater perna e ter que levar um guarda-chuvas, e ter que pular as poças d’agua, e ter que se esconder das chuvas mais fortes.

Pois foi o que, até agora, encontramos em Sevilla (vou escrever assim, com a grafia em espanhol, porque sou boçal hehehehe), desafortunadamente. Viemos de Ronda em um ônibus, que nos trouxe em um pouco menos de 2 horas de viagem e pelo qual pagamos 12 euros e alguns centavos. No meio do caminho o tempo foi mudando e ao chegarmos estava tudo cinza. Sem chuva ainda, mas com nuvens muito carregadas.

A casa da amiga onde nos hospedamos fica muito perto do Parque Maria Luisa, lindo, enorme e cheio caminhos, pequenos lagos, caramanchões e pombos. Lá funcionam museus e a famosa Plaza Espanha, que ainda não fomos conhecer. E quando estávamos no meio do passeio, esmiuçando tudo, começa a chover. Argh!

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Museu de Artes e Cultura Populares

Já de guarda-chuvas em punho, tomamos o rumo do Centro com nossa amiga espanhola, comer umas tapas e tomar umas copas, porque mais tarde teríamos o nosso jantar de ano novo. A onda é sair de bar em bar, bebendo e comendo, mas, como era véspera de ano novo, havia muita coisa fechada. Mesmo assim, fomos em dois, conhecidos da nossa amiga. Estavam lotadíssimo. São lugares onde se bebe em pé, junto ao balcão e são peculiares, como os nossos botequins que antigamente. A mim lembrou muito os botecos do Rio de Janeiro.

E, apesar da chuva já foi possível ver as belezas arquitetônicas do centro de Sevilha. A catedral imensa e bastante gótica e a famosa Giralda, uma belíssima torre-campanário, que foi construída como minarete de uma antiga mesquita e depois, acima dela, foi construído o campanário para servir à igreja católica. É possível ver perfeitamente as diferenças de estilo na construção.

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Aqui como em Córdoba, as laranjeiras cheias de frutos estão por toda parte. É uma coisa muito bonita de se ver. Desta praça temos uma visão muito legal, com a Giralda ao fundo.

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Seguiremos. E espero que o céu colabore.